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Defesa dos Batista vai recorrer ainda hoje da decisão que negou habeas corpus

A defesa dos irmãos Joesley e Wesley Batista informa que vai recorrer da decisão que negou a liminar no pedido de habeas corpus aos donos da JBS. Segundo o advogado de defesa Pierpaolo Cruz Bottini, a própria decisão tomada hoje em segunda instância reconhece a ausência de fato novo apto a justificar a prisão. "A inexistência de qualquer outro preso preventivo no Brasil pela acusação de insider trading revela uma excepcionalidade no mínimo curiosa", diz a defesa dos empresários. 

A juíza federal Tais Ferracini, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, negou habeas corpus aos empresários Joesley e Wesley Batista. Os empresários foram alvo de mandados de prisão preventiva na Operação Acerto de Contas, 2ª fase da Tendão de Aquiles, por suspeita de manipulação do mercado financeiro e da moeda americana usando informações privilegiadas de sua própria delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. A juíza Taís está substituindo o desembargador federal Mauricio Kato, na 5ª Turma. 

Wesley está preso na carceragem da Polícia Federal, em São Paulo, enquanto Joesley é alvo de dois mandados de prisão preventiva. O empresário e o executivo Ricardo Saud, do Grupo J&F, foram presos temporariamente por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, por suspeita de violação de sua delação premiada. O ministro decretou a preventiva dos executivos. 

Joesley estava preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília. O empresário foi transferido para São Paulo. Joesley será ouvido em audiência de custódia referente à Tendão de Aquiles

Nesta operação, os irmãos são investigados pelo uso indevido de informações privilegiadas em transações no mercado financeiro ocorridas entre abril e 17 maio de 2017, data da divulgação de informações relacionadas à delação premiada firmada pelos executivos e a Procuradoria-Geral da República. A especulação resultou em lucros milionários para os delatores, afirma a PF. A defesa dos empresários havia protocolado o habeas na quinta-feira no Tribunal, em São Paulo, pedido de soltura imediata. Os advogados dos executivos apontaram ilegalidade das prisões. 

O pedido foi subscrito pelo criminalista Pierpaolo Bottini e destacou que a liberdade de ambos não coloca em risco as apurações de insider trading e que não há fato novo que justifique a drástica medida. A defesa apontou a ausência de qualquer fato contemporâneo que demonstre a necessidade de segregação relacionada ao delito de insider trading ou à sua persecução.