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Ajuda para desfazer o nó do crédito

Apesar de sentir atrasos nos pagamentos de clientes, BRDE assegura que vai atuar para "mitigar a inadimplência e estimular a adimplência"


Um dos maiores repassadores do BNDES na Região Sul – principal em algumas linhas –, o BRDE está mais do que alinhado com a nova estratégia do grande financiador de longo prazo do Brasil. Assim como todo o sistema financeiro, a instituição inter-regional sente o aumento de atrasos nos pagamentos dos clientes, mas a direção assegura que vai atuar para "mitigar a inadimplência e estimular a adimplência", como descreve seu presidente, Odacir Klein.

Quando os atrasos superam 120 dias, os bancos são obrigados a fazer provisões significativas – ou seja, a registrar perdas. Em novembro, a média dessas provisões no sistema financeiro estava em 6,6% de toda a carteira de crédito – mais de um ponto percentual acima de janeiro passado. Nos bancos públicos, alcançava 5,2%, e, no BRDE, 4,12%. O resultado, explica Ana Cláudia Silveira Camargo, chefe do departamento de recuperação de crédito do banco regional, é fruto tanto do histórico recente da instituição, de cautela na concessão de empréstimos, quanto de atenção extrema aos atrasos.

Em 2015, relata Klein, o BRDE sofreu mais com recuperações judiciais do que no ano passado, quando o número de pedidos foi recorde no país. Vinte casos que tiraram o sono naquele ano, e oito em 2016. Houve um "momento de susto", admite o presidente, mas agora as negociações começam antes de a situação ficar insustentável, o que é saudável para as empresas, evitando histórico de calote, e para a instituição, com menos provisões.

É nesse cenário que, sem deixar de financiar o desenvolvimento, o BRDE vai aderir com entusiasmo à estratégia do BNDES de suprir empresas com capital de giro (recursos para o dia a dia e até para quitar dívidas).

– Estamos alinhados com essa estratégia desde os últimos meses de 2016 – diz Klein.

Carlos Polzoni, assessor da diretoria com 47 anos no banco, assegura que o aumento do prazo do Finame e a garantia de recursos para infraestrutura são "música" para o BRDE. Apesar das dificuldades, Klein assegura que o resultado de 2016 será positivo, com aumento do patrimônio líquido - o que permite captar mais recursos para emprestar.