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Um novo modelo de transporte aliado a questões ambientais


Para executivo “transporte sustentável é uma questão de sobrevivência”



No Brasil, a malha rodoviária roda 40% do tempo sem cargas, a quilometragem rodada dessa forma, em um ano, seria suficiente para dar a volta ao mundo 300 mil vezes. Ao utilizar a capacidade excedente disponível nos caminhões, evitando, assim, que eles rodem vazios, é possível reduzir as emissões de CO2 em até 15,6 milhões de toneladas por ano.

Os dados apontados pela "Uber do transporte de cargas", a CargoX, transportadora que opera conectada em tempo real a uma rede de mais de 100 mil caminhoneiros autônomos que acredita que “o modal rodoviário é a base do transporte de cargas do Brasil”, como destaca Alan Ballet Rubio, diretor de logística da companhia. “A sua representatividade supera os 60% e o valores transacionados alcançam a casa dos R$ 80 bilhões”.

No entanto ele aponta que as recentes evoluções ocorridas na sociedade apresentaram a esse setor necessidade de seguir novos rumos, indicando que uma atuação mais sustentável precisa ser adotada, “fazendo com que a categoria não seja vista de forma negativa”.

E ressalta que a definição sobre a capacidade dos veículos é bastante simples e pode ser resumida com a seguinte frase: “caminhão que roda vazio é ruim para o bolso e para o meio ambiente”. E ressalta que a busca por tecnologia tem ajudado com que isso ocorra. “Já existem opções que localizam caminhoneiros e suas disponibilidades. Essas possibilidades auxiliam no combate a ociosidade, o que permite ao mercado ser mais sustentável”.

Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) apontam um maior investimento em transportes verdes, eficientes e sustentáveis pode ajudar a alcançar metas globais de sustentabilidade e proporcionar uma economia de US$70 trilhões até 2050. Rubio destaca que dois fatores devem ser observados nesse sentido. “Devemos observar esse movimento sob duas ópticas: as questões ambientais, onde deve-se pensar no impacto da malha rodoviária sobre o planeta, e o econômico, que faz com que o mercado se mantenha de forma estruturada”. Segundo o executivo, elas se cruzam em diversos momentos, “por isso, devem ser vistas como divisores para a sobrevivência, ou não, do setor”.

Ele aponta como primeiro ponto a ser analisado como impacto ambiental a ser amenizado o uso de tecnologias e soluções, que segundo ele que já começaram a ser apresentadas, mas “precisam ganhar ainda mais força, como o caminhão elétrico e a otimização da capacidade dos veículos”. Ele exemplifica apontando dados da CNT (Confederação Nacional do Transporte), que mostra que o modal rodoviário brasileiro responde por 42% de CO² lançado na atmosfera e a perspectiva é que exista um aumento acima dos 4% até 2020.

Na questão econômica Rubio observa que o custo dos combustíveis atuais podem chegar a 40% do valor total dos fretes, “uma fatia representativa, quando analisamos como isso impacta diretamente no valor final do produto”. Na questão ambiental, ele lembra que representa a não emissão de milhares de m³ de poluentes na atmosfera, e afirma: “Com a troca para uma nova possibilidade, a cadeia logística seria menos agressiva”.

Ainda aliado a economia ele lembra da importância da segurança e qualidade das estradas, já que, salienta ele “quando ocorre o extravio de uma carga, diversas camadas são prejudicadas, desde o lojista que não recebe a mercadoria, até o produtor que precisará arcar com essa reposição”. Já as rotas, segundo ele, prejudicam não só a condição do caminhão, mas também dos produtos, principalmente os perecíveis, e quanto mais tempo o caminhão fica rodando mais poluentes ele emite e mais gastos possui.

“Devemos seguir para um novo modelo de transporte, em sintonia com as questões ambientais e seguindo uma linha economicamente positiva. Desta forma, aquilo que está em volta do ecossistema logístico se mantém vivo junto com todo mercado”, finaliza.