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Canal do Panamá: riscos previstos se confirmam

Estudo brasileiro confirma riscos já previstos



Os acidentes ocorridos um mês depois do início das operações nas novas eclusas do Canal do Panamá com o navio conteineiro Xin Fei Zhou, da Cosco, e um outro cargueiro chinês, que colidiram com a parede da eclusa Agua Clara, situada no lado do Atlântico não parecem ser surpresa para a FHM (Fundação Homem do Mar), braço educacional do Sindmar (Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante).

Um estudo independente realizado em um simulador para pesquisa e treinamento, encomendado à FHM pela ITF (Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes) e concluído este ano, revelou que a navegabilidade dos navios, na entrada e saída das novas eclusas do canal não ocorria de forma segura. De acordo com o estudo o bollard pull dos rebocadores requerido para a realização da manobra não era suficiente.

O estudo independente, durante as simulações de manobras demonstrou a dificuldade de manter o controle do navio sob as condições ambientais frequentes no Canal do Panamá. Quanto ao uso dos rebocadores, o desempenho foi insatisfatório devido à sua baixa potência.

De acordo Mario Calixto, coordenador da FHM, na análise detalhada realizada pelos simuladores foram estudadas, em diferentes condições meteorológicas, as condições de manobrabilidade nas novas eclusas. “O estudo, de fato, comprovou a grande dificuldade de manter o controle do navio nas manobras simuladas”, afirmou.

O estudo recomendou ainda, explicou, que fossem realizados treinamentos com todos os envolvidos nas manobras nas novas eclusas do Canal do Panamá e uma análise de risco, “pois erros humanos ou situações como falhas de comunicação, cabo partido e avarias nos rebocadores (ou em seus equipamentos de uso direto na manobra) poderiam conduzir a um acidente com até poluição marinha e perda de vidas humanas”, finalizou.