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O que fazer para retomar a economia?

Dados são preocupantes, mas ainda há saída e pela porta da frente




Se os dados da balança comercial do mês de junho fossem analisados sem comparação com o passado eles seriam considerados positivos, porém, ao confrontar os dados de junho deste ano com os de 2015 e analisar os cenários em que foram obtidos – recessão, taxa de câmbio favorável ás exportações e instabilidade econômica – a queda é de 19,3% na importações e redução estratosférica de 18,6% nas exportações.

Para o presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, os dados são preocupantes. “A recente desvalorização do real certamente trará maiores dificuldades para exportar produtos manufaturados e mais facilidades para importar, impactando negativamente a corrente de comércio, o superávit comercial e a atividade comercial”.

Mesmo assim, o cientista político e economista, Marcos Troyjo, aponta que entre os “grandes desafios da competitividade no Brasil” estão o comércio exterior e a competição globalizada como saídas para retomar o crescimento econômico. “Hoje, o Brasil, das 20 maiores economias do mundo, tem apenas cerca de 20% do seu PIB relacionado às atividades de exportação e importação. E nesse momento de contração do mercado interno brasileiro, as exportações, a competitividade do comércio exterior brasileiro, precisam ser os motores da retomada econômica”.

Comparativamente com os países asiáticos, o economista destaca que o Brasil teve um crescimento econômico, mesmo que pequeno. “A renda per capita do Brasil subiu bastante, mas no sudeste asiático ela foi muito além. Na Coreia do Sul, que nos anos 50 tinha uma renda três vezes menor que a brasileira, tem hoje uma renda três vezes maior”, pontuou.

Ainda segundo Castro, a diminuição nas importações é justificável, mas a queda nas exportações não. “Ela constitui uma desagradável surpresa, pois teve a forte ‘colaboração’ dos produtos manufaturados, que mostraram queda de 21% em junho, similar a queda de 21,7% apresentada pelos produtos básicos provocada pela redução de preços”, finalizou.