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Com resultados satisfatórios nas exportações, Balança Comercial ainda sofre com o câmbio

Superávit do mês de fevereiro foi influenciado por vendas de bens industrializados e diminuição de importações, reflexo de uma indústria refreada

No mês, a balança comercial registrou superávit de US$ 3 bilhões no último mês, e a Receita Federal comemorou este como “o melhor resultado para meses de fevereiro de toda a série histórica iniciada em 1989”. Com saldo positivo de US$ 3,965 bilhões no ano, a balança reverte o déficit de US$ 6,010 bilhões registrado no primeiro bimestre de 2015.
 
As exportações cresceram 4,6% em fevereiro, quando comparadas ao mesmo mês de 2015, interrompendo uma série de 17 meses de resultados negativos – o último crescimento das exportações havia sido no comparativo agosto de 2014 / agosto de 2013.


O resultado foi largamente influenciado pelas vendas de bens industrializados, somando-se produtos manufaturados e semimanufaturados, que cresceram 9,6% em relação a fevereiro do ano passado. Em destaque, ficaram as exportações de veículos – ônibus, caminhões, automóveis e comerciais leves –, que aumentaram 52,1%. 

Em fevereiro de 2016, o setor foi responsável por exportações de US$ 604 milhões, especialmente para Argentina e México, enquanto, no mesmo mês do ano passado, as vendas alcançaram US$ 397 milhões. Em unidades exportadas, o crescimento foi de 85,5%, passando de 27,5 mil unidades para 51 mil, também na comparação com fevereiro de 2015. O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (Deaex) da Secex, Herlon Brandão, atribui o desempenho aos “acordos fechados pelo Brasil e também do atual patamar do câmbio, que favorece as exportações”.

Também tiveram crescimento em volume as exportações de commodities agrícolas, como milho e soja, em início de escoamento de safra, cujos embarques aumentaram 386% e 134,5%, respectivamente.

Câmbio
Segundo o índice quantum, o volume de exportações cresceu 30,7% no mês, enquanto os preços dos produtos exportados por empresas brasileiras caíram em média 19%.

O total de exportações ficou US$ 13,348 bilhões, com US$ 10,305 bilhões em importações, somando como “corrente de comércio” o valor de US$ 23,652 bilhões.

Importações
As importações de fevereiro tiveram quedas importantes, chegando 34,6% a menos do que o mês de fevereiro do ano passado, se comparado à média diária: US$ 542,4 milhões em fevereiro de 2016 contra US$ 829,6 milhões, no mesmo mês de 2015. Os principais itens que lideraram a diminuição do fluxo de mercadorias foram combustíveis e lubrificantes (-54,6%), bens de capital (-33,3%), bens intermediários (-32,5%) e bens de consumo (-20,5%), sendo que, no grupo dos combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente pela diminuição dos preços de nafta, gasolina, petróleo em bruto, gás natural e carvão.

Nos bens de consumo, atribui-se a queda aos equipamentos de transporte não industrial, automóveis de passageiros, bens de consumo duráveis – exceto equipamento de transporte, bens de consumo semi-duráveis e alimentos/bebidas para consumo doméstico. 

Assim ocorreu com os bens intermediários, que tiveram diminuição nas aquisições de peças e acessórios para bens de capital, alimentos/bebidas para indústria, insumos industriais básicos e elaborados e peças para equipamentos de transporte.