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“No Brasil projetos demoram tanto para sair do papel que a sociedade acaba tomando-os por suspensos”, diz presidente da Fiorde

Executivo se refere as obras previstas para a modernização da infraestrutura viária do Porto de Santos

Porto de Santos
“Há muito que, no Brasil, governar, praticamente, significa anunciar a destinação de verbas para projetos de obras que, muitas vezes, demoram tanto para sair do papel que a sociedade acaba tomando-os por suspensos ou engavetados. É o caso das obras previstas para a modernização da infraestrutura viária do Porto de Santos, que seguem a passo de cágado quando iniciadas ou continuam à espera de decisões burocráticas”. A afirmação é de Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional, em relação ao anúncio da SEP (Secretaria Especial de Portos) dos aportes públicos e privados da ordem de R$ 5,3 bilhões que o Porto de Santos deve receber nos próximos cinco anos.

Estes virão da prorrogação antecipada de nove contratos de arrendamento de terminais e da licitação de três novas instalações e serão investidos em obras de infraestrutura viária e portuária. “Só que não há nenhuma garantia de que esses valores serão mesmo investidos no complexo santista”, pondera o executivo. Segundo ele, a SEP, ao ser criada em 2007, tinha como objetivo, ao sair da esfera do Ministério dos Transportes para ligar-se diretamente à Presidência da República, ficar distante das indicações político-partidárias. Porém, “virou moeda de troca nas disputas políticas, com a nomeação de seis ministros até agora, o que significa descontinuidade administrativa”.

Lourenço diz ainda que a expectativa é que a secretaria – agora sob nova direção – atue de forma decisiva para deslanchar os projetos para o complexo santista. Entre eles, ele destaca as obras na Avenida Perimetral, entre o Saboó e a Alemoa, na margem direita. “O trecho entre o Macuco e a Ponta da Praia foi licitado pela Codesp em favor da construtora Cappellano e as obras deverão começar ainda em 2015, com a revitalização da Avenida Mário Covas, antiga Avenida dos Portuários, numa extensão de 3,5 quilômetros”.

Além dela, ele ressalta também o famoso Mergulhão, passagem subterrânea que irá segregar o trânsito de carretas da linha ferroviária, que depende de possível parceria público-privada (PPP). “Já há à disposição R$ 310 milhões do PAC, mas a obra está dentro do projeto Porto-Valongo, que sofreu uma reavaliação para R$ 700 milhões. Enquanto isso, o projeto do túnel submerso entre Santos e Guarujá, depois de obtida licença ambiental, continua a depender de análise do governo federal, que neste momento faz contingenciamento de recursos em razão da crise econômica. Por enquanto, continua no papel”, finaliza.

Fonte: Guia Marítimo